terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Crítica: Caminhos da Floresta (2014)


Novo musical da Disney, Caminhos da Floresta (Into the Woods) é baseado na famosa peça teatral homônima, encenada há anos, principalmente pelas crianças nas escolas americanas. Com um excelente elenco, muita expectativa se criou para seu lançamento, mas o filme chega aos cinemas já como uma das maiores decepções do ano.



Apesar de ser uma peça quase infantil, ela não deixa de ser mórbida e bastante "adulta". Rapunzel é assassinada e o lobo mal tem implicação sexual com a chapeuzinho vermelho. Além disso, há ainda traição conjugal, desvios de caráter e mortes. No entanto, na adaptação para as telas vemos muito pouco disso. Quase todo o sentido da peça original foi suprimido por uma necessidade de amenizar as coisas, de deixar tudo claro e sensível, e isso não colou bem.

A primeira parte é interessante, e tenta mostrar o lado mais humano de cada um dos personagens. É quando somos apresentados à diversas figuras do inventário popular como Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e o Pé de Feijão. Todos são interligados na história depois que uma bruxa (Meryl Streep) aparece na localidade para desfazer uma maldição.



Tudo parecia correr bem até a metade do filme. Quando chega na segunda parte, o enredo se atrapalha em uma sucessão de erros e aos poucos vamos nos cansando daqueles personagens tão caricatos, sobretudo por todas as falas serem cantadas (o que pode ser muito bem sucedido, como em Os Miseráveis, ou um desastre). Coisas sem explicação, erros de montagem e personagens sem nenhum aprofundamento são apenas alguns dos pontos negativos, que fazem o filme descer ladeira abaixo.

Apesar do excelente elenco, ele não parece ter sido aproveitado da melhor forma. Nem mesmo a atuação de Meryl Streep conseguiu salvar o filme. Quem está bem no seu papel no entanto é Emily Blunt, na pele da mulher do padeiro, personagem importante na história. Johnny Depp também faz uma participação especial, mas curtíssima, e dá para se dizer que foi absolutamente desnecessária.



Infelizmente Rob Marshall (Chicago / Memórias de uma Gueixa) foi muito infeliz na escolhas que fez em Caminhos da Floresta. Subtraindo o que de mais interessante tinha na trama, ele traz um filme vazio e sem essência, que não condiz com o valor histórico que a peça tem no coração dos americanos.


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