sexta-feira, 10 de julho de 2015

Crítica: Entre Abelhas (2015)


Conhecido por fazer parte de um dos maiores canais de humor da internet, o Porta dos Fundos, Fábio Porchat surpreende o público com o drama Entre Abelhas, um filme complexo e cheio de metáforas que foi escrito por ele e pelo diretor Ian SBF (também do Porta) há alguns anos atrás, antes do sucesso nacional.



A trama apresenta a história de Bruno (Porchat), um homem beirando os 30 anos que está sofrendo após sua separação repentina com Regina (Giovanna Lancellotti). De um dia para o outro algo estranho passa a acontecer na sua vida: ele começa a deixar de ver as pessoas ao seu redor, e todos, até mesmo os seus amigos, vão sumindo pouco a pouco.

Na busca por descobrir o que está acontecendo ele acaba visitando médicos, mas sem nunca conseguir chegar a uma resposta. A única pessoa que sabe disso é sua mãe, que tenta usar métodos "estranhos" para curá-lo, também sem sucesso. Enquanto isso, os misteriosos sumiços vão criando uma situação sufocante na cabeça de Bruno, atrapalhando sua vida social e principalmente seu desempenho no trabalho.



Bem trabalhado, o roteiro deixa o espectador angustiado ao se imaginar na mesma situação de Bruno e termina de forma enigmática, deixando um nó na cabeça que cada um irá desatar da maneira que melhor entender. Confesso que demorei um pouco para criar uma teoria própria do que tinha visto e acho que o filme já ganhou pontos por causa disso, pois se fosse tudo explicado talvez não teria tanta graça.

As atuações é que deixam um pouco a desejar, apesar de Porchat estar seguro no papel principal. Destaques para as cenas dele com sua mãe (Irene Ravache), que dão um ar leve ao filme, em contraste com todo o resto. Por fim, Entre Abelhas acerta ao fazer um questionamento subjetivo a respeito da cegueira social que nos encontramos atualmente, onde damos cada vez menos importância aos que estão ao nosso redor e enxergamos apenas a nós próprios.


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