segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Crítica: Operações Especiais (2015)


Desde que Tropa de Elite foi lançado e fez um enorme sucesso, nenhum outro filme conseguiu abordar a ação da polícia e a hipocrisia do estado com tanta competência, e o gênero foi ficando cada vez mais deixado de lado no cinema nacional. Operações Especiais, do jovem Tomas Portella, tentou retomar esse tema com uma história original e atual, mas infelizmente se perdeu em erros grosseiros.


Francis (Cléo Pires) é formada em turismo e trabalha como recepcionista em um famoso hotel do Rio de Janeiro, mas está cansada de sua rotina e principalmente de seu chefe, que destrata todos os seus funcionários. Ao saber de um concurso para entrar na polícia civil, ela se interessa e resolve tentar a nova carreira para mudar de ares.

Um tempo depois, já trabalhando como inspetora, Francis é enviada junto com uma força tarefa para uma cidade do interior do estado para auxiliar no aumento da criminalidade no local. Composto de policiais honestos, o grupo é comandado por Paulo Fróes (Marcus Caruso), o delegado mais ficha limpa de toda a região, e todos estão empenhados na missão.


As coisas vão indo bem até eles começarem a lidar com gente endinheirada, que está por trás de toda a criminalidade. Logo, a mídia e o governo fazem com que a população caia em cima dos agentes exigindo sua retirada da cidade, em um exemplo clássico de como não se pode querer fazer algo honesto no Brasil sem criar inimigos. E essa é justamente a grande crítica do filme.

Apesar do tema ser interessante e das atuações serem competentes, o enredo tem muitos furos e pontas soltas. A primeira grande falha é na questão da entrada de Francis na polícia. Não há nenhuma informação, nenhum aprofundamento, e parece que ela se tornou policial de um dia para o outro sem ter precisado passar por uma prova ou por uma preparação específica. Além disso, tem ainda um personagem baleado que não tem final revelado e outro que aparece e some sem trazer nenhuma relevância para o andamento da história. Coisas simples, mas que estragam o resultado final.


Apesar de tudo, Operações Especiais não deixa de ser um filme interessante, principalmente em uma época onde se fala muito do poder da mulher na sociedade. Francis não enfrenta somente os problemas da profissão, mas também a dificuldade de ser mulher em um ambiente tomado por homens, que vêem seu trabalho como inferior. E só por isso já vale a conferida.

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