terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Crítica: A Grande Aposta (2016)


No ano de 2008, a economia americana entrou em colapso depois de uma crise imobiliária sem precedentes causada pelas hipotecas subprimes (empréstimos concedidos à pessoas que não tinham condições de pagarem as prestações da casa própria). Antes do desastre, alguns investidores previram o que iria acontecer e apostaram contra aquilo que, desde sempre, era um dos investimentos mais seguros dos Estados Unidos: os títulos de seguro da dívida imobiliária.



Adaptado do livro The Big Short - Inside the Doomsday Machine, de Michael Lewis, A Grande Aposta (The Big Short) nos mostra os bastidores deste momento histórico que abalou as estruturas econômicas do mundo todo. Sob a direção de Adam McKay, conhecido por filmes de comédia, o enredo acerta em cheio em mostrar tudo com muito bom humor, e é justamente isso que o diferencia de outros filmes do gênero. Afinal de contas, não é todo mundo que conhece os termos técnicos utilizados pelos investidores da Bolsa de Valores. Para falar a verdade, isso é privilégio de uma grande minoria, e os termos poderiam facilmente tornar o filme maçante. 

O que seria um empecilho pro sucesso do filme logo é contornado nos primeiros minutos, quando a direção decide nos deixar por dentro de todos estes termos do mercado bancário. O ponto positivo do filme é justamente a forma que nos são apresentados todos os fatos. Nada, absolutamente nada, é mostrado sem um mínimo de explicação. Para isso são usados diversas artimanhas, como o uso de exemplos práticos da vida cotidiana de qualquer um e até mesmo a chamada "quebra da quarta parede", com os atores falando diretamente com os espectadores.



A montagem do enredo é bem dinâmica, e outro grande trunfo é o seu elenco, um dos mais badalados do ano com nomes como Christian Bale, Ryan Gosling, Steve Carell e Brad Pitt. O mais carismático de todos é Christian Bale no papel de Michael Curry, um excêntrico gênio da economia que toca bateria, é fã de heavy metal e anda descalço pelos corredores do trabalho. Bale inclusive tem sido lembrado por quase todas as premiações deste ano por seu papel. A veia cômica fica por conta de Steve Carell e seu personagem explosivo e sem papas na língua.

Enfim, A Grande Aposta é um filme que cumpre bem com aquilo que se propõe a mostrar, e por isso merece o destaque que vem recebendo nesta temporada de premiações. McKay prova que também sabe fazer filmes "sérios", e tomara que ele siga esse rumo, já que convenhamos, suas comédias são bem fracas.


Um comentário:

  1. A critica do filme é interessante, me ajudou a notar certos detalhes que passaram despercebidos na primeira vez que vi, tem uma perspectiva interessante sobre o filme. Adoro os filmes do Ryan Gosling por que a maioria dos filmes bons. Como ator se compromete muito com o personagem e sempre surprende com seus papeis. Considero que madurou como ator, vale a pena ver sua filmografia, la recomendo.

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