terça-feira, 16 de abril de 2013

Crítica: Depois de Lúcia (2012)


A história que nos é contada em Depois de Lúcia (Despues de Lucia) acontece no México, mas poderia muito bem acontecer em qualquer lugar do mundo. Aliás, pode-se dizer que poucas vezes o bullyng estudantil, termo que vem sendo muito discutido ultimamente, foi tão bem desenvolvido em um longa-metragem.


O filme do mexicano Michel Franco começa com Roberto (Hérnan Mendoza) e sua filha Alejandra (Tessa Ia) indo morar na Cidade do México, após a mãe de Alejandra, Lúcia, morrer em um acidente de carro na antiga cidade onde eles moravam. Os dois ainda estão em choque com o ocorrido, e a relação entre eles, apesar de ser boa e amigável, é bastante fechada e cheia de segredos.

Aos poucos Alejandra se enturma com os novos colegas de escola, e se engana ao pensar que formou boas amizades. Em uma festa, ela acaba transando com um dos garotos da turma, que grava o ato e posta o vídeo na internet. O fato acaba mudando para sempre o destino da garota, onde ela passa a sofrer uma degradante violência moral por parte da escola toda, que por fim culmina em um ato trágico.


Além do bullyng, a trama foca principalmente na relação entre pai e filha. Alejandra passa a mudar seu comportamento por conta dos mal tratos dos colegas, mas por não haver uma comunicação franca e direta com o pai, ele acaba não sabendo do que está acontecendo, e quando descobre, passa a ser tarde demais.

O ponto forte do filme é o tamanho teor de veracidade que as cenas proporcionam aos nossos olhos. As atuações são incríveis, principalmente da atriz Tessa Ia, que carrega o filme de modo intenso e forte sem fragilizar em nenhum momento. Outro ponto forte é a fotografia e os ângulos tomados pelo diretor, que alivia um pouco o tema duro e delicado que é contado em cena.


Enfim, Depois de Lúcia é um filme forte, talvez até chocante, que surpreende bastante pela sua enorme qualidade técnica. Um verdadeiro tesouro do cinema Mexicano que vale a pena ser lapidado, e um dos melhores filmes do ano.

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