sexta-feira, 19 de abril de 2013

Crítica: Thérèse Desqueyroux (2012)


Não á nada fácil construir um filme de época. Há uma grande dificuldade em transpôr uma história ambientada no passado sem que se pareça com um roteiro vazio de novela épica. Alguns filmes conseguem, mas ultimamente temos visto alguns tiros n'água, e esse filme é um exemplo disso.



Adaptação do livro homônimo de 1927 escrito pelo francês Fraçois Mauriac, Thérèse Desqueyroux (Thérèse Desqueyroux) narra a história da personagem de mesmo nome, Thérèse, única herdeira de um terreno valioso de sua família.



Ela acaba tendo que se casar com Bernard Desqueyroux de forma arranjada, sem paixão alguma, pelo simples fato dessa união ser boa para os negócios de ambas as famílias. Enquanto vive seu dia-dia infeliz ao lado de seu novo marido, Thérèse se comunica com Anne (sua cunhada) através de cartas. Anne está apaixonada, mas por inveja de algo que nunca terá, Thérèse a incentiva a fazer aquilo que ela fez: casar com alguém que não ama pelo bem da família.



A história promete, mas acaba caindo na previsibilidade. Nos deparamos com uma personagem enigmática no início, mas ao decorrer do tempo vamos perdendo o interesse. A narrativa é arrastada, e pouco atrativa. Apesar da fotografia ser belíssima, e alguns diálogos serem interessantes, é um filme que não prende o espectador.



A degradação física e psicológica que sofre a personagem é bem feita, mas não chega a ser  verossímil. Audrey Tatou está bem no papel, mas há coisas que são exageradas na sua atuação (a atriz parece nunca ter deixado Amélie Poulain de lado). Thèrese sofre com sua vida indesejada, mas ao invés de lutar ou se esforçar para mudar a situação, prefere agir de má fé e ter atitudes infantis. Eu pelo menos esperava mais de uma protagonista como ela.




Por fim, o último filme em vida do diretor Claude Miller (que faleceu em abril do ano passado) é tão monótono quanto a vida da personagem principal. Em outras palavras, é um filme que não cumpre o que promete.



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