sábado, 18 de maio de 2013

Crítica: O Homem Sem Passado (2001)


É impressionante parar para analisar o número de prêmios que O Homem Sem Passado (Miles Vailla Menneisyyta) ganhou após seu lançamento. Só no festival de Cannes em 2002, o filme levou o prêmio máximo do júri de melhor filme, e o de melhor atriz para Kati Outinen. Além disso, ainda foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro representando a Finlândia, entre outros festivais pelo mundo afora. Esse número não impressiona por que o filme não merecia tudo isso, mas sim, porque são poucos os filmes oriundos do país nórdico que conseguem fazer tanto barulho no circuito internacional como esse conseguiu.




A trama "Kafkaniana" conta a estória de um homem que perde a memória depois de ser assaltado e violentamente espancado após desembarcar de um trem em Helsinki. Não há testemunhas no ato, e ele acorda na cama de um hospital onde algumas horas depois é dado como morto pelos médicos.


Ele consegue se recuperar e fugir do local, mas não lembra nada da sua vida antes do ocorrido, nem mesmo o próprio nome. Auxiliado por um casal de moradores de rua, ele acaba indo morar em um contêiner e começa a se enquadrar na vida da cidade mesmo sem ter um nome.




Em um filme onde o personagem principal perde a memória logo nos primeiros minutos, é de se imaginar que o resto da história será reservada para uma saga de auto-conhecimento do mesmo. Mas nesse filme, o diretor acertadamente puxa mais para o lado cômico, com toques quase surreais, onde nenhuma cena consegue ser previsível.


Ao invés de correr atrás da vida passada, o homem resolve simplesmente deixar pra lá e iniciar tudo do zero. É onde ele acaba tendo experiências novas, como a descoberta do amor, até sua vida passada retornar subitamente.  É uma estória "non-sense", que não se encaixa em nenhum gênero pré-existente, e que não deve agradar a qualquer um que assista. Mas para mim, é um dos mais bacanas que vi nos últimos tempos. Um filme super original e de uma qualidade surpreendente.


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