quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Crítica: Apresentando os Ricardos (2021)


"I Love Lucy", produzida pela CBS entre os anos 1951 e 1957, foi uma das mais aclamadas e populares sitcoms da televisão norte-americana, e serviu para moldar a forma com que os demais seriados de humor foram feitos desde então. Com seis temporadas e quase duzentos episódios exibidos, a série bateu recordes de audiência que até hoje não foram superados. O novo filme de Aaron Sorkin mostra os bastidores da série durante um dos seus períodos mais conturbados, e acompanha o casal de protagonistas, que também eram casados na vida real.


Lucille Ball (Nicole Kidman) e Desi Arnaz (Javier Bardem) enfrentam uma semana difícil em meados de 1953. Primeiro, um jornal noticia que Desi estaria traindo Lucille em uma viagem de barco, com foto comprobatória e tudo. Depois, Lucille é acusada por um jornalista de ser adepta do partido comunista, algo que nos Estados Unidos da época era considerado a pior coisa que você poderia ser. Durante a gravação de um episódio, ambos precisam lidar com estas acusações enquanto discutem com os outros membros da produção sobre os rumos da série.

Achei interessante a forma que o roteiro se desenvolve, como se fosse um falso documentário, "entrevistando" antigos membros da produção da sitcom. Também achei bom o desenvolvimento da personalidade de Lucille, e muito disso se deve a Nicole Kidman, que está incrível no papel, e não exagero em dizer que apresenta uma das melhores atuações da carreira. Javier Bardem também tem seus momentos brilhantes, e a química entre os dois é sentida de longe.


As partes mais legais do longa para mim são quando Sorkin tanta recriar cenas icônicas da série, usando até mesmo a fotografia em preto e branco. Eu até acho que o filme peca por fazer isso tão pouco, porque certamente enriqueceria mais a trama. Assim como fez em Os 7 de Chicago, Sorkin recria muito bem as Estados Unidos da metade do século passado, e isso também é um ponto positivo na trama. Infelizmente, Apresentando os Ricardos acaba perdendo força por conta da montagem, que torna o roteiro não linear bastante confuso de acompanhar. Porém, ainda vale a pena pelas atuações e pela bela trilha sonora.

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