sexta-feira, 16 de maio de 2014

Crítica: The Railway Man (2014)


Você perdoaria alguém que lhe fez passar pelos piores momentos da sua vida? Questões como vingança e perdão são levantadas com bastante sensibilidade pelo diretor Jonathan Teplitzky em The Railway Man, que já entra fácil pra a lista dos melhores filmes do ano.



Eric Lomax (Colin Firth) sempre foi aficionado por trens e um verdadeiro entusiasta de ferrovias. Foi inclusive durante uma viagem de trem que ele conheceu o grande amor da sua vida, Patti (Nicole Kidman). No entanto, o meio de transporte nem sempre foi motivo de alegria para o homem, que traz no rosto e na alma cicatrizes de um período negro da sua vida, que aos poucos vamos descobrindo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Eric foi capturado junto de seus companheiros pelos Japoneses e transportado em trens de carga para um local isolado, onde passou por momentos traumáticos. Obrigado a trabalhar pesado e torturado com veemência enquanto esteve em cativeiro, Eric vive até hoje com as duras sequelas daquele período.


Preocupada com os surtos do marido, Patti vai atrás de um velho amigo seu, que também serviu no exército e presenciou junto dele todos os horrores da Guerra. Através das conversas com Finlay (Stellan Skarsgard), ela começa a descobrir todo o passado do marido, que até então ela desconhecia.

Com apoio de Finlay e de Patti, Eric resolve voltar ao local onde foi torturado para reencontrar um antigo carrasco, após descobrir que ele ainda está vivo, buscando pôr de vez um fim na sua guerra interna. Nagase (Hiroyuki Sanada) ainda vive no mesmo local, e trabalha agora comandando grupos de turistas que vão até lá para visitar um antigo museu de guerra.



A cena do reencontro entre eles é uma das melhores que vi nos últimos tempos. Construída nos mínimos detalhes, ela transmite uma emoção pura, principalmente pela atuação fantástica dos atores envolvidos. Poucos teriam o sangue frio que Eric teve ao ficar frente a frente com um personagem que lhe infringiu tanto sofrimento. Mais do que isso, poucos teriam a força de perdoá-lo e ainda por cima virar amigo.

A história verídica de Eric Lomax é apenas uma entre tantas outras daquele período que nunca foram contadas. O enredo é muito bem feito, e conta com a ajuda de uma trilha sonora belíssima. O começo é confuso, mas as peças vão se juntando com o tempo, formando um quebra-cabeças que nos prende até o final.

No entanto, o que mais chama a atenção é mesmo o elenco. Colin Firth está impecável no papel de Eric já velho, mas quem também merece elogios é Jeremy Irvine, que faz o papel de Eric jovem. Nicole Kidman também tem uma forte presença na pele de Piatti, assim como Stellan Skarsgard no papel de Finlay.



Por fim, The Railway Man tem tudo que um bom filme precisa: elenco afiado, enredo bem construído e trilha sonora marcante. O filme que deverá ganhar o nome de "Uma Grande Viagem" no Brasil, ainda não tem lançamento previsto por aqui, mas deve ser bastante aguardado. Se tiver a chance de assistir, não perca.


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