domingo, 25 de maio de 2014

Crítica: Séptimo (2014)


Quem não gosta do cinema argentino, bom sujeito não é. Sempre inovador, o cinema dos nossos vizinhos parece amadurecer a cada ano que passa, e só nessa última década faltaram dedos para contar o número de obras-primas. Sétimo Andar (Septimo) pode não ser um dos melhores filmes do ano, mas é mais um para a lista de bons filme vindos de lá.



Sebastián (Darín) é um advogado recém separado, que continua indo ao apartamento da ex-mulher especialmente para pegar os filhos e levá-los na escola. Ele e Delia (Belén Rueda) sempre brigam quando se vêem, sobretudo porque ela está planejando voltar a morar na Espanha e levar junto os pequenos.

Mesmo estando sempre com pressa para chegar logo ao tribunal, ele costuma brincar com as crianças de um jogo que eles denominam "jogo das escadas", onde ele desce os sete andares pelo elevador e elas descem pela escada, e quem chegar primeiro no térreo é o vencedor. Porém, dessa vez a brincadeira não termina nada bem, pois as crianças simplesmente desaparecem pelo caminho sem deixar nenhum vestígio.



Contando com a ajuda do porteiro e de um vizinho delegado, Sebastián procura desesperado pelos filhos e pouco a pouco passa a suspeitar de todos, o que é normal numa situação como essa. Qualquer um passa a ser o suspeito do sumiço, e Sebastián chega a acreditar que se trata de um golpe por conta de seu trabalho, já que ele está envolvido em um importante julgamento e sem sua presença no tribunal a sessão seria adiada.

A atuação de Darín é algo à parte, justificando mais uma vez o porque dele ser considerado por muitos como o melhor ator que o cinema argentino já viu. Não que o filme seja ruim, mas o fato é que ele carrega a história nas costas. Sua mudança de expressão na hora em que pressente que algo está errado ficou marcado para mim no começo do filme. Ele é o carro chefe, participando de todas as cenas, e transporta para nós a figura perfeita de um pai em desespero com o desaparecimento dos filhos, sendo impossível não sentir na pele o que ele está passando.



O enredo tem algumas pontas soltas, mas que ficam diminuídas pelo excelente ritmo, que não deixa o espectador desgrudar os olhos da tela um segundo. O desfecho pode até ter sido previsível, mas não dá para negar que o filme deixou o tempo todo aquela pontinha de dúvida, fazendo aquilo que todo filme de suspense deve como obrigação fazer: brincar de adivinha com a cabeça do espectador.


Um comentário:

  1. Me desculpe a sinceridade, mas achei esse filme uma merda!

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