sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Crítica: Corpus Christi (2020)


Representante da Polônia no Óscar de melhor filme internacional este ano, Corpus Christi (Boze Cialo), do diretor Jan Komasa, apresenta uma narrativa de estrutura simples mas impactante para versar sobre o bem e o mal, e como essa dualidade é, de certa forma, complexa e dividida por uma linha tênue.


O longa acompanha Daniel (Bartosz Bielenia), um jovem cristão que, por uma série de coincidências, acaba sendo confundido com um padre após sair do centro de detenção juvenil e ir para uma cidade do interior. Assumindo a paróquia no lugar do sacerdote local, que precisava se ausentar por alguns meses, Daniel começa a implantar ensinamentos controversos e pouco ortodoxos numa população conservadora e que passou recentemente por uma grande tragédia.

A premissa é interessante, mas o roteiro possui alguns pontos fracos que o comprometem. O primeiro deles é o fato de possuir algumas cenas aleatórias, que pareciam perdidas do restante da trama. O segundo é a escolha do ator protagonista, que não convence no papel. Ficou bem difícil acreditar, por exemplo, que ele seria capaz de enganar toda uma cidade com os seus trejeitos e sua maneira de agir e falar.

O mais interessante na trama foi ela ter trazido à tona novamente a discussão sobre a hipocrisia dos cristãos e dos ditos "cidadãos de bem", que pareceu bem familiar com a realidade que a gente está inserido. Também gostei da fotografia escura e esverdeada, que dá um tom bem melancólico ao filme.



Por fim, Corpus Christi é um filme que fala bastante sobre olhar para o passado, sobre ética, perdão, redenção e sobre como as pessoas escondem suas verdadeiras facetas e seus preconceitos atrás de máscaras. 

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