domingo, 11 de dezembro de 2022

Crítica: Emancipation - Uma História de Liberdade (2022)


O ator Will Smith não teve vida fácil desde o episódio do tapa na cerimônia do Oscar em março deste ano. Além da suspensão imposta pela Academia, ele ainda teve vários projetos em que participava engavetados, sendo praticamente obrigado a fazer uma pausa na carreira. Antonie Fuqua, diretor conhecido por sua parceria com Denzel Washington (O Dia de Treinamento/O Protetor), resolveu encarar os riscos e as dificuldades que teria de produção e distribuição do seu filme para convidar Will, que de pronto aceitou ser o protagonista de Emancipation: Uma História de Liberdade, que acaba de ser lançado nesta última semana no catálogo da Apple Tv+.


Em 1863, uma fotografia ajudou a mudar a percepção que muitos tinham da escravidão nos Estados Unidos. Conhecida pelo nome de "Peter Chicoteado", ela mostra as costas mutiladas de um escravo, após ele ter sido espancado por horas depois de uma tentativa de fuga. No auge da Guerra Civil americana, a foto revelou os horrores da escravidão e aumentou ainda mais a indignação daqueles que lutavam pela abolição.

Na trama, Smith interpreta este homem, que é separado da família e levado para uma região remota da Louisiana para trabalhar pesado na construção de uma ferrovia. Certo dia ele consegue fugir pela floresta com a intenção de chegar em Baton Rouge, onde segundo informações estavam libertando escravos. Porém, ele não tem um minuto de descanso no trajeto, já que é perseguido implacavelmente pelos homens que o compraram, além de enfrentar um terreno muito pantanoso e cheio de animais silvestres.

Boa parte do filme se passa durante a fuga de Peter na mata, o que de certa forma acaba deixando o filme cansativo, já que acompanhamos, por longos minutos, o personagem apenas indo de um lugar ao outro, andando de barco, correndo pela mata ou se escondendo. A fotografia preto e branco com tons azulados cria uma atmosfera fria e melancólica, e as cenas que acompanhamos são realmente terríveis, já que Fuqua não economiza na hora de mostrar o horror que era a escravidão.


O roteiro, no entanto, exagera em criar uma aura de "super herói" no protagonista, além de ser extremamente formulaico, com um arco de redenção bastante clichê e um final que parece ter sido feito às pressas. A atuação de Will Smith também não ajuda, dando a impressão de ser forçada a todo momento. Por fim, Emancipation acaba não fazendo jus à figura histórica que tenta homenagear, muito pelo contrário, e parece um filme que não sabe exatamente o quer.

 

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