quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Crítica: O Lado Bom da Vida (2012)



Uma comédia feijão com arroz, sem sal e sem tempero. É assim que eu definiria O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook), novo filme do diretor David O. Russell (o novo queridinho de Hollywood), concorrente ao Oscar deste ano.



O filme conta a estória de um professor, Pat Solano (Bradley Cooper), que após ser traído pela esposa acaba tendo um violento ataque de fúria, que o faz perder tudo que tem e ir parar num hospital psiquiátrico. No começo da trama, aparece Pat sendo liberado do hospital e voltando pra casa de seus pais junto com sua mãe. Seu sonho é recuperar tudo que perdeu, incluindo sua esposa. Ele está otimista quanto a isso, porém, fica claro (e isso o diretor define bem) que Pat tem um grande distúrbio que lhe causa mudanças repentinas de humor.

Duas cenas mostram bem seu comportamento irracional. A primeira é quando Pat fica insatisfeito ao terminar um livro e corre para o quarto dos pais, as 4 horas da manhã, para reclamar do final infeliz: "A vida é dura o suficiente. Porque alguém deveria ler algo que mostra o quão ruim as coisas podem ficar?. A segunda, é quando Pat chega em casa e resolve rever o vídeo do seu casamento, e como não o encontra em lugar nenhum, começa a fazer um escândalo, acordando toda a vizinhança.



No entanto, Pat recebe um convite para jantar na casa de um amigo e lá acaba conhecendo Tiffany (vivida por Jennifer Lawrence), uma garota misteriosa e também cheia de problemas, que ainda sofre com a morte precoce de seu marido. Desse encontro acaba nascendo uma relação forte de amizade, entre duas pessoas que necessitam de ajuda e acabam achando um no outro aquilo que precisam.

Tiffany resolve então fazer um trato com Pat. Ela ajudaria ele a reconquistar a mulher se, em troca, ele aceitasse dançar junto com ela em um concurso. Ele aceita, e os dois logo começam os ensaios. Porém, é a partir daí que o filme começa a se perder. O foco do enredo muda completamente e se vira para o pai de Pat (vivido por Robert De Niro) e suas apostas no futebol. Acho que o diretor pecou ao misturar as duas estórias, fazendo uma fusão delas, como quando o pai resolve apostar no concurso de dança que o filho iria participar.




O enredo é bastante simples e previsível, e não consegue cativar. Sobre as atuações, foram impecáveis, isso não posso negar. Jennifer Lawrence e Bradley Cooper formam um casal entrosado e se saem muito bem em cena. Destaque também para o Robert de Niro (que há tempos não fazia um papel decente no cinema) e para Jacki Wheaver, que faz a mãe de Pat.

Por fim, O Lado Bom da Vida pode até ser considerado um bom filme para passar o tempo, mas não merece a indicação que recebeu ao Oscar. Aliás, de todos os concorrentes deste ano, é o que menos gostei.

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