segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Crítica: Os Miseráveis (2013)


Magnífico, sublime, espetacular. Simplesmente me faltam adjetivos para descrever esta que já se tornou a melhor adaptação para os cinemas de "Os Miseráveis", clássico incontestável do escritor francês Victor Hugo. Dirigido por Tom Hooper, vencedor do Oscar de 2010 por O Discurso do Rei, o longa retrata a história do livro com tamanha competência e carga dramática que fica impossível não se emocionar ao longo de suas mais de duas horas.



Cada cena é exibida como uma pintura em tela e cada personagem explorado da melhor maneira possível, o que possibilita um verdadeiro show de interpretação por parte dos atores do elenco, principalmente de Hugh Jackman e Anne Hathaway, que inclusive foram selecionados para concorrer ao Oscar desse ano na categoria de melhor ator e melhor atriz coadjuvante, respectivamente.

Fantine, personagem vivida por Hathaway, é marcante, e sua dor e seu sofrimento são vividos tão intensamente pela atriz que é impossível não chorar junto. É impressionante a entrega da atriz no momento que poderíamos chamar de "clímax" da sua personagem, quando ela canta a canção "I Dreamed a Dream" em uma das cenas mais incríveis dos últimos anos. Não há dúvidas, inclusive, de que se trata da atuação de sua carreira.




Outro destaque é Hugh Jackman no papel de Jean Valjean, o personagem que ficou 19 anos preso e que, logo após fugir da condicional, resolve começar uma vida nova enquanto leva pelo resto dos dias o peso do passado nas costas. Nunca vi o ator com bons olhos, confesso, e fiquei receoso quando vi que ele daria vida ao personagem central da estória. Mas qual não foi minha surpresa ao ver tamanha competência em sua atuação?

O filme dá tanta liberdade pros atores se expressarem da sua forma, que até mesmo o ator Russell Crowe, que nunca me agradou, conseguiu me deixar extasiado com sua performance como o Inspetor Javert. Ainda destaco as atuações de Amanda Seyfried como Cosette, Eddie Redmayne como Marius, Samantha Barks como Éponine, e até mesmo, quem diria, de Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen como o excêntrico casal Thénardier.




Muitas pessoas se queixaram do filme por ele ser um musical, e suas falas serem praticamente todas cantadas. Eu não consigo ver isso como um defeito. Acho que isso é justamente o que faz o filme ser tão espetacular e diferenciado. Aliás, tecnicamente, ele é impecável. A fotografia é belíssima e perfeita em todos os momentos, assim como a ambientação da época e o figurino.

Por fim, Os Miseráveis de Tom Hooper é uma obra-prima do tamanho do livro. Poucas vezes senti o que senti vendo esse filme, e foi impossível segurar as lágrimas no final tamanha emoção que ele conseguiu me proporcionar. Uma obra que conseguiu transmitir todo aquele sentimento de liberdade e humanidade que o livro tenta passar. Uma obra pra ficar marcada na história do cinema.



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