segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Crítica: As Sessões (2012)


As Sessões (The Sessions) é baseado na história real do poeta e jornalista Mark O'Brien, que dedicou toda sua vida para defender os direitos dos deficientes físicos. Mark contraiu poliomelite aos 6 anos de idade e ficou paralisado do pescoço para baixo. Apesar de todas as dificuldades impostas por seu problema de saúde, isso não o impediu de querer "viver a vida" de forma plena.

Naturalmente, Mark tinha muita curiosidade sobre sexo, já que aos 38 anos ele nunca havia feito nada que se assemelhasse ao ato (apesar de já ter desejado muitas mulheres na cabeça). Partindo desse princípio, o filme narra então o período em que Mark, após indicação de sua terapeuta, decidiu contratar uma Sex Surrogate (pessoa especializada em fazer sexo com pacientes deficientes) para que ela o iniciasse nas atividades sexuais e sanasse essa curiosidade natural que ele tinha.




Talvez o ponto alto do filme seja essa relação que se cria entre o personagem de Mark, muito bem interpretado pelo ator John Hawkes, e a especialista contratada, vivida pela excelente Helen Hunt, que inclusive está concorrendo ao Oscar de melhor atriz por essa atuação. Não somente a questão do sexo, mas a forma como eles tratam psicologicamente as sessões, é o que de fato faz a trama ser interessante.

O filme acaba sendo, sim, uma lição de vida, mas não possui toda aquela baboseira emocionalmente excessiva que grande parte dos filmes sobre deficientes físicos tem. Aliás, o filme é levado mais com bom humor do que com drama, e não deixa espaço para chororôs e lamentações. Há sim algumas partes desnecessárias, como as cenas em que o padre (William H. Macy) tenta ser engraçado sem conseguir. Mas em um todo, o filme é muito bem construído.



Dirigido com competência, sensibilidade e bom humor, As Sessões é uma grata surpresa do cinema atual, em um cenário em que filmes sobre sexo procuram mostrar o ato da forma mais ridícula e apelativa possível. Um tema adulto, mas narrado da perspectiva quase infantil de seu protagonista. Vale a pena ser visto.


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