domingo, 10 de fevereiro de 2013

Recomendação de Filme #03

                                        Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore) - 1988


Que o cinema Italiano é um dos mais belos do mundo, isso todos sabem. Fellini, Antonioni, De Sica, Visconti, Scola, Pasolini, Leone, Bertolucci e agora Tornatore, são apenas alguns dos nomes que transformaram a Itália num dos centros cinematográficos mais imponentes do globo. E minha recomendação de hoje é Cinema Paradiso, um dos melhores filmes já feitos na terra da bota.



Uma das coisas mais belas da vida é, sem dúvida, a amizade. Partindo desse princípio, o cineasta Giuseppe Tornatore nos traz em Cinema Paradiso uma belíssima história sobre uma criança que, ao frequentar diariamente o cinema da sua cidade, acaba fazendo amizade com o projetista, um senhor de idade avançada chamado Alfredo.

O filme conta a trajetória, da infância até a maturidade, do garoto Salvatore Di Vitto (conhecido pelo apelido de Toto), mostrando toda sua dificuldade em entender a situação do país, no período pós-guerra. Ele mora em Giancarlo, e por ser um município pequeno, todos os habitantes se conhecem. A grande atração da cidade acaba sendo o cinema, que reúne toda a população nos finais de semana.




Antes dos filmes irem ao ar para o público, o padre da cidade assiste-os, para ver se o filme é corretamente "cristão". Se houvessem cenas desprovidas de pudor, ele faria cortes, o que no final deixava a população enfurecida. Porém, foi numa dessas sessões de censura que Toto, que era coroinha do padre, acabou conhecendo o projetista.

Toto vivia em um lar atormentado depois que seu pai foi pra guerra e não voltou, e apesar de sua mãe ser contra, ele ia o tempo todo ao cinema como forma de fugir da realidade. Aos poucos ele começa a ajudar Alfredo nas projeções, enquanto acompanha toda a alegria do povo com os filmes na tela. Em uma das sessões, o cinema pega fogo, e no incêndio Alfredo acaba ficando cego. Com a volta do cinema, graças a um morador que havia ganho na loteria e pôde pagar a reforma, Toto assumiu o lugar de Alfredo como projetista oficial.



Os anos vão passando e Toto vai amadurecendo. Ele acaba se apaixonando por uma moça, mas o sentimento acaba não tendo futuro pois ele é obrigado a se alistar no exército. Após voltar à cidade, Toto resolve abandoná-la para sempre e só volta 30 anos depois, com uma bagagem de experiências de vida e um sentimento forte de nostalgia.

Declaradamente um filme auto-biográfico, Tornatore nos mostra a história sobre o ponto de vista de um Toto já crescido, enquanto volta à cidade após anos de ausência. A trama é tocante em todos os sentidos, desde a fotografia à trilha sonora, feita pelo genial Ennio Moricone. Seus personagens são muito bem desenvolvidos e os atores sinceros nas suas atuações. Um filme triste e melancólico em algumas partes, mas que acaba sendo uma verdadeira lição de vida. Impossível ficar indiferente a essa verdadeira obra-prima do cinema.


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