segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Crítica: Trem Noturno Para Lisboa (2013)


O diretor britânico Bille August está de volta às telas de cinema, dessa vez com um drama bastante intenso e cheio de mistérios. Na trama, Raimund Gregorius (Jeremy Irons) é um velho professor de Ensino Médio, que vive solitário na sua casa em Berna, na Suíça. Certo dia, indo para o colégio onde dá aulas, ele acaba se deparando com uma garota prestes a se atirar de uma ponte, e correndo até ela consegue salvá-la.


Depois que ele presta ajuda e a leva consigo até o colégio, ela resolve sumir, deixando apenas seu casaco e um misterioso livro. Escrito em português, e de um autor desconhecido chamado Amadeu do Prado, o livro acaba chamando a atenção de Raimund, principalmente quando ele vê que aquilo que está escrito é tudo o que ele gostaria de dizer ao mundo mas nunca disse. É como se ele tivesse escrito aquele livro e esquecido.

Dentro do livro ele encontra ainda uma passagem de trem para Lisboa. Decidido a encontrar o autor do livro, ele pega o primeiro trem rumo à capital portuguesa, onde fica hospedado em um lugar bem simples. Durante todo o filme, ele vai lendo trechos do livro, o que faz o filme ganhar ares poéticos em grande parte de suas cenas.


Ao poucos, conversando com pessoas que tiveram alguma experiência próxima com o autor do livro, Raimund vai descobrindo coisas interessantes sobre o passado do mesmo, adentrando numa espiral de mistérios. Quando jovem, um pouco antes de escrever a obra, Amadeu de Prado fazia parte da resistência revolucionária de Portugal, onde junto com alguns amigos e conhecidos planejava às escondidas uma série de planos contra o governo fascista da época.

Do meio para o final, fica claro que o professor acaba se tornando apenas um coadjuvante na história. Por meio de flashbacks, acompanhamos a vida de Amadeu na militância e principalmente seu caso de amor com Estefânia (Melánie Laurent), outra revolucionária, que acaba gerando um triângulo amoroso definitivo para o fim de sua carreira política.


As atuações são firmes, principalmente a de Irons. Alguns rostos conhecidos também fazem parte do elenco, como o de Bruno Ganz (A Queda: As Últimas Horas de Hitler), Melánie Laurent (Bastardos Inglórios) e Christopher Lee, no auge dos seus 91 anos. A fotografia é belíssima, e a trilha sonora encantadora.

Não li o livro, e portanto não posso opinar sobre se tratar de uma adaptação fiel ou não. Uma coisa que incomodou muita gente é o fato do filme se passar em Portugal e ser falado todo em inglês, mas não vejo isso como um defeito. O fato é que o resultado final nas telas ficou bem interessante, e Trem Noturno Para Lisboa acaba sendo um dos melhores filmes de 2013.


Um comentário:

  1. Acabei de ler o livro tem uns 5 minutos. Adorei. O livro é muito filosófico (o que é normal, visto que seu autor é professor de filosofia). Verei o filme amanhã e darei uma opinião aqui.

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