quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Crítica: Paraíso: Esperança (2013)


Paraíso: Esperança (Paradies Hoffnung) é a terceira e última parte da "trilogia do paraíso", do diretor austríaco Ulrich Seidl, que iniciou com Paraíso: Amor (Paradies Liebe) e seguiu com Paraíso: Fé (Paradies Glaube).



No primeiro filme, o diretor abordava a busca de senhoras de idade por sexo e companhia para a solidão em paraísos naturais da África. O segundo, trazia uma forte crítica ao fanatismo religioso e sua vasta hipocrisia. Agora para finalizar, Seidl aborda a busca pelo corpo perfeito e a depressão por não ser aceito na beleza imposta pela sociedade.

Dessa vez a personagem central é Melanie, que aparece nas duas primeiras partes de forma rápida e sem nenhum aprofundamento. Ela é filha de Teresa, que no primeiro filme foi para o citado paraíso africano em busca de prazer e diversão, e sobrinha de Anna Maria, a religiosa fanática que é protagonista do segundo filme.



Com 13 anos, a garota é mandada para passar as férias em um acampamento especial para jovens com sobrepeso. Entre treinamentos físicos e acompanhamentos nutricionais, ela acaba se apaixonando pelo seu médico, um homem com 40 anos a mais que ela. Ao não ser correspondida, sua depressão por se achar repugnante aumenta ainda mais.

A câmera estática, o desenrolar natural da história sem mudanças abruptas de cenas, e a entrega total dos atores, são características marcantes do estilo de filmar de Ulrich Seidl. Confesso que criei uma simpatia enorme pela trilogia, apesar de serem filmes para poucos. Não há final, assim como não há nos dois primeiros trabalhos. A história é apenas contada de forma crua, direta, e sem rodeios.



Trata-se de uma obra despretensiosa que vale a pena. Aliás, a trilogia inteira é bastante interessante se olhada com calma e atenção. São pequenos gestos, pequenos diálogos e pequenas expressões que fazem Seidl ser um dos diretores mais originais da atualidade.

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