quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Crítica: Instinto Materno (2013)


De uns anos para cá, criei uma rotina de tentar assistir todos os candidatos ao Óscar de melhor filme estrangeiro a partir do momento em que sai a lista de indicados. Foi graças a isso que descobri Instinto Materno (Child's Pose), candidato da Romênia na premiação do próximo ano, e também o grande vencedor do Festival de Berlim desse ano.



A trama do filme é centrada na personagem Cornelia (Luminita Gheorghiu), uma mãe super-protetora que faz o possível e o impossível para impedir que o filho seja preso após se envolver em um acidente de automóvel, que resultou na morte de uma criança. Como toda mãe coruja, ela faz o ético e o antiético para livrar o rapaz da pena, tomando atitudes que nem todas as mães seriam capazes de tomar.

Essa superproteção fica evidente em diversas cenas do filme, como quando ela conta para alguém do acidente por telefone e diz que estão "tratando mal sua criança". Aliás, criança é o adjetivo certo para descrever o personagem de Bardu (Bogdan Dumitrache). Apesar de todo o emprenho da mãe em ajudá-lo, ele não cansa de desprezá-la, além de se mostrar pouco disposto a consertar o mal feito por pura imprudência.



Mais do que a relação entre mãe e filho, o filme também aborda a questão social a partir do acidente, já que a criança morta vem de uma família pobre, dando a ideia de que muitas vezes, por ter dinheiro, as pessoas acreditam estar acima de qualquer lei. Isso se aplicaria a qualquer local do mundo, e por isso mesmo é um ponto interessantíssimo do longa.

O filme passa longe de qualquer tipo de clichê, embora a estória seja bastante simples. O diretor Peter Calin Netzer conduz de forma lenta a obra, dando prioridade para os diálogos e as emoções implícitas dos personagens. A atuação de Luminita Gheorghiu é impactante, e ela personifica com grandeza essa personagem complexa, que simboliza muito bem o sentimento materno de proteção.




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