segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Crítica: Machete Mata (2013)


Robert Rodríguez conseguiu uma façanha única: fazer o trash virar pop. Seus filmes recheados com muito sangue, linguajar sujo, violência, humor negro e bizarrices afins, remetem muito às famosas Pulp Fictions do início do século 20, que também serviram de influência para outro cineasta da atualidade, seu amigo Quentin Tarantino. Juntos, os dois fizeram alguns dos filmes mais insanos do cinema moderno, como Um Drink no Inferno (1996) e Planeta Terror (2007).


Dirigindo solo, porém, Rodríguez é meio inconstante. Algumas vezes acerta, noutras erra feio. Mas quando acerta, saem coisas sensacionais como Sin City - A Cidade do Pecado (2005), e principalmente, Machete. Lançado em 2010, o primeiro filme da saga nos apresentava ao mal encarado Machete (Danny Trejo), um agente federal mexicano que na época foi contratado por um homem misterioso para matar um importante político americano.

Em Machete Mata (Machete Kills), o justiceiro está de volta, e dessa vez do lado do presidente dos Estados Unidos, Mr. Raghcock, interpretado por ninguém menos que Charlie Sheen. Sua missão é enfrentar um excêntrico e perigoso dono de cartel, que está planejando um ataque nuclear contra os Estados Unidos. Mas como já é de se prever, nada acontece como o planejado com Machete, e a trama vai nos levando a situações cada vez mais absurdas, sem nunca perder o espírito jocoso.


O enredo, apesar de bem construído, não foge muito dos clichês. No entanto, Rodríguez tem algo único, inexplicável, que faz com que eu ame nos seus filmes tudo aquilo que eu odeio em qualquer outra obra do gênero. É um exagero que convence, e que não busca brincar com a inteligência do espectador. 

Além do mais, o elenco é sensacional. Entre os nomes mais famosos que aparecem estão o de Cuba Gooding Jr., Mel Gibson, Antonio Banderas, Lady Gaga e Sofia Vergara. Além disso, ainda tem as "veteranas" da saga, Michelle Rodrigues e Jessica Alba, e um Danny Trejo impecável.


Sim, tudo em Machete Mata é propositalmente bizarro. De sutiãs que disparam como uma metralhadora a tripas humanas que são jogadas nas hélices de um helicóptero, nada é convencional. E é exatamente isso que faz de Rodríguez um dos diretores mais inventivos, extravagantes e singulares do cinema moderno. É um filme para puro entretenimento, para aqueles dias em que a gente não quer nada da vida, apenas esquecer de tudo e assistir um bom filme. Para quem gosta, vale a pena.


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