quarta-feira, 16 de abril de 2014

Crítica: Era Uma Vez em Nova York (2014)



Estamos em Nova York, ano 1921. As irmãs Ewa e Magda tentam entrar nos Estados Unidos vindas da Polônia de navio, mas logo na chegada, durante um exame de rotina, Magda é diagnosticada com problemas no pulmão e acaba recolhida em uma prisão para quarentena. Ewa, por sua vez, tem a entrada no país barrada por ser acusada de atitudes imorais durante a viagem, e por estar desacompanhada de um homem, o que era proibido na época.




Perdida e sem saber o que fazer, ela acaba encontrando Bruno (Joaquim Phoenix), um homem misterioso, dono de um teatro voltado para o público masculino, onde mulheres danças seminuas e fazem performances ousadas. Decidido a ajudá-la, ele a leva para morar no local onde todas as suas "mulheres" vivem, e onde ele é tratado como um líder.

Para que passe a ganhar seu próprio dinheiro, ele incentiva que ela treine e comece a fazer parte das apresentações junto com as outras meninas. Logo de início, porém, ela já chama a atenção dos homens da plateia, recebendo convites para algo além de uma simples dança. Um desses convites acaba sendo irrecusável para o ambicioso Bruno, que sem querer perder a oportunidade, faz chantagem emocional com a jovem para que ela ceda.



Passado um tempo, ela encontra uma tia pela qual procurava ao chegar no país, e vive a esperança de dias melhores. Mas após um mal entendido, o marido de sua tia chama a polícia acusando-a de ser uma prostituta, e ela acaba indo parar na prisão. Bruno, novamente a salva, mas agora obriga ela a trabalhar como prostituta.

Nesse meio tempo, os dois criam uma relação curiosa. Mesmo envergonhada da maneira como está levando a vida, ela inicia um romance com o mágico Ellis (Jeremy Renner), que passou a fazer apresentações diárias no teatro de Bruno. Com a promessa de livrar sua irmã e se ver livre de tudo, ela acaba se apegando a ele, o que causa um ciúme doentio em Bruno, e leva a uma situação trágica.


O enredo é arrastado em partes, mas ainda consegue prender o espectador. Senti que faltou um pouco de carisma e aprofundamento nos personagens, que não conseguiram criar uma empatia com o público. Porém, mesmo assim, as atuações conseguem ser elogiáveis. O personagem de Bruno faz a gente alternar entre amor e ódio em pouco segundos, em mais uma brilhante participação do ator Joaquim Phoenix nas telas. A excelente Marion Cotillard também atua bem, mas não está entre suas personagens mais inspiradas da carreira.

Por fim, não é o tipo de filme que cativa e que será lembrado daqui alguns anos, mas ainda assim não deixa de ser um bom passatempo. James Gray ainda não conquistou o espaço que tanto almeja entre os melhores diretores da década, mas está no caminho. Quem sabe no próximo.


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