sábado, 30 de dezembro de 2023

Os 10 piores filmes que assisti em 2023

Mesmo sendo bastante seletivo na escolha dos filmes para assistir, a gente nem sempre sabe o que esperar do que vem pela frente, e algumas surpresas negativas são inevitáveis. Por isso, antes de postar a lista final dos melhores do ano, deixo com você a lista contrária, dos dez piores filmes que assisti em 2023. Sem mais delongas, segue ela:


10. Resistência, de Gareth Edwards (Estados Unidos)


Resistência, novo filme de Gareth Edwards (de Godzilla e Rogue One), é aquele tipo de filme que visualmente impacta e chama a atenção, mas cujo roteiro é extremamente vazio. Neste cenário onde o ser humano está em guerra com as inteligências artificiais, Edwards prioriza o visual, o grandioso, e esquece do mais simples: o desenvolvimento de uma relação emocional entre os personagens, soando tudo muito superficial e apressado.


9. Esquema de Risco - Operação Fortune, de Guy Ritchie (Reino Unido)


Está ficando cada vez mais difícil defender o cinema de Guy Ritchie. Sempre fui um admirador do diretor, mas de uns anos para cá pouca coisa tem se salvado, e Esquema de Risco - Operação Fortune é, talvez, o grande desastre da sua carreira. Confuso, chato, superficial e desinteressante, o filme não se salva nem pela presença de nomes como Aubrey Plaza e Hugh Grant no elenco, sendo extremamente esquecível.


8. Pacifiction, de Albert Serra (França)


Um ótimo sonífero para as noites de insônia. Não tem como descrever o novo filme de Albert Serra, e suas intermináveis 2h45, de outra maneira. O filme se passa em uma ilha na Polinésia Francesa, onde um alto comissário do governo francês está passando alguns dias para investigar uma possível movimentação nuclear perto do local.


7. Morte à Pinochet, de Juan Ignacio Sabatini (Chile)


Sempre gosto de assistir histórias que se passam durante ditaduras militares na América Latina, e que focam nos grupos de resistências. O próprio Chile possui ótimos exemplos sobre o tema, mas não é o caso de Morte à Pinochet, do diretor Juan Ignacio Sabatini. A intenção do filme era mostrar um grupo de jovens que tinha como plano matar o ditador Augusto Pinochet enquanto ele ainda governava o país, mas tudo soa tão superficial, e os personagens são tão insuportáveis, que é difícil até mesmo comprar a ideia deles, por mais que o algoz fosse alguém deplorável.


6. Sede Assassina, de Damián Szifron (Estados Unidos)


O argentino Damián Szifron ganhou notoriedade com o espetacular Relatos Selvagens, e consequentemente deixou uma expectativa muito grande com o que poderia fazer dali em diante. Porém, marcando sua estreia nos Estados Unidos, Sede Assassina é um grande desastre. Absurdamente genérico, o roteiro tenta criar um thriller de investigação sobre um serial killer, mas deixa de lado justamente a história do assassino para priorizar a relação pessoal dos dois investigadores, que por sua vez são fracos e sem carisma algum. A personagem de Shailene Woodley beira o ridículo de tão mal desenvolvida.


5. O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte (Brasil)


O filme dirigido por José Eduardo Belmonte me deixou em dúvida quanto a sua verdadeira intenção. Afinal, ele queria evidenciar os estudantes idealistas que desejavam lutar contra a ditadura militar nos anos 1960, ou ele queria ridicularizá-los? A proposta de O Pastor e o Guerrilheiro é realmente confusa, mas o pior está nas atuações ruins e no ritmo sonolento. Não há um ponto positivo sequer em toda sua duração.

4. Angela, de Hugo Prata (Brasil)


Angela é um grande exemplo de como não fazer uma biografia. Pegando um caso que parou o Brasil nos anos 1970, a morte da socialite Angela Diniz, Hugo Prata simplesmente decide transformar isto em um "soft pornô fetichista", que tem como principal chamariz a beleza da atriz Sophie Charlotte. Sendo assim, o que poderia ser um filme para abraçar a causa de tantas mulheres que sofrem violência doméstica e tem fins trágicos como o de Ângela, acaba sendo transformado apenas em um entretenimento erroneamente picante e insosso, o que é completamente injustificável.


3. Um Filho, de Florian Zeller (Estados Unidos)


Depois de dirigir o maravilhoso Meu Pai, onde trabalhou com maestria a questão da demência na terceira idade, Florian Zeller mudou o foco e trouxe uma história baseada na relação de um adolescente com seus pais, abordando desta vez o tema da depressão. A diferença é que aqui ele perde completamente a mão, e entrega uma das história mais insossas do ano. Dentre todos os defeitos do filme, talvez o pior seja a atuação do protagonista, claramente despreparado para o papel. Os diálogos também sempre tentam trazer alguma frase pronta ou uma fala expositiva, e fica extremamente cansativo de acompanhar. Uma tragédia narrativa.


2. A Menina que Matou os Pais - A Confissão, de Maurício Eça


Um é bom, dois é aceitável, e três é desnecessário. O ditado não é bem assim, mas alterei para falar especificamente da trilogia A Menina que Matou os Pais, que desde 2020 tenta trazer a verdade por trás dos assassinatos orquestrados por Suzane von Richtofen contra os próprios pais. O único questionamento que fica depois desta terceira parte é se era mesmo necessário remexer novamente nesta história, que já tinha sido explorada ao máximo nos dois primeiro, e aqui não traz nada de novidade. Com péssimas atuações e cenas que beiram a mediocridade, o fato é que o filme se torna até mesmo desrespeitoso com a história das vítimas.


1. Coração de Neon, de Lucas Estevan Soares (Brasil)


Chegamos ao primeiro lugar e não poderia ser outro. Coração de Neon, do paranaense Lucas Estevan Soares, é um somatório de situações toscas, com uma trilha sonora destoante e forçada, e atuações fraquíssimas. Mais do que isso, a direção exala amadorismo, e parece um filme feito para uma mostra de estudantes do ensino fundamental. Desde os cortes até a montagem, tudo é uma verdadeira aberração neste filme, que é de longe o pior que eu vi em 2023.

Nenhum comentário:

Postar um comentário