quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Crítica: Dope - Um Deslize Perigoso (2015)


Do até então desconhecido diretor Rick Famuyiwa, Dope - Um Deslize Perigoso trata com competência e bom humor a inserção do negro na sociedade atual, sem porém, apelar para qualquer tipo de didatismo que muitos filmes do gênero gostam de usar.



A trama acompanha Malcolm (Shameik Moore), um adolescente negro que vive junto com sua mãe no bairro mais perigoso de Inglewood, na Califórnia. Extremamente inteligente, ele é apaixonado pela cultura "geek" e sonha um dia estudar em Harvard. Seus melhores amigos são Jib (Tony Revolori) e Diggy (Kiersey Clemons), que em comum possuem a paixão pelo hip hop clássico dos anos 1990.

Diferente de muitos outros jovens que moram na região, os três não estão envolvidos com nenhuma gangue e fazem questão de fugir de qualquer tipo de confusão, e por isso mesmo são tratados com desprezo pela maioria dos colegas. No entanto, a vida deles muda completamente quando seus caminhos cruzam com os caminhos de Dom (A$AP Rocky), um traficante da região.



O mais interessante do filme é a fuga do esteriótipo do jovem negro vindo da periferia. Malcolm teve uma vida difícil sim, mas jamais pensou em tomar atitudes erráticas. Pelo contrário, sempre foi motivado a ser mais do que os outros esperam dele. Além de Malcolm e seus amigos, o filme aborda também o conturbado ambiente de uma escola periférica, com suas dificuldades e seus diferentes tipos de alunos, fazendo uma boa análise a respeito de um tema sempre atual: o racismo.

Apesar de caricatas em alguns momentos (o que de fato incomoda um pouco), as atuações dos jovens atores são bastante surpreendentes, principalmente a de Shameik Moore. Outro ponto interessante é a trilha sonora, contagiante do primeiro ao último minuto. Por fim, Dope - Um Deslize Perigoso é um filme diferenciado, de uma originalidade que faz falta no cinema de hoje.


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