segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Crítica: Eu, Você e a Garota que vai Morrer (2015)


Um garoto que faz amizade com uma garota do colégio que, por sua vez, está sofrendo de uma doença terminal. Sim, o roteiro não poderia ser mais conhecido, mas se engana quem pensa que Eu, Você e a Garota que vai Morrer (Me and Earl and the Dying Girl), adaptação do livro homônimo de Jesse Andrews, é mais um clichê do gênero. Muito pelo contrário.


A trama começa acompanhando o adolescente Greg (Thomas Mann), um garoto bastante reservado que está no último ano do ensino médio numa escola de Pittsburgh. Ele não interage com ninguém e se sente praticamente invisível por não se encaixar em nenhum grupinho de alunos. Seu único amigo é Earl (RJ Cyrele), um jovem negro que veio de uma realidade completamente diferente da sua.

Fora da escola, os dois amigos tem um hobbie em comum: fazer paródias de filmes famosos da forma mais tosca possível. Essa brincadeira, que eles levam bem a sério, rende bons momentos no filme, principalmente por mostrar clássicos do cinema sob uma nova e engraçada perspectiva, como O Sétimo Selo, Fitzcarraldo e Laranja Mecânica.


A vida de Greg muda completamente quando sua mãe (Connie Britton) o obriga a fazer amizade com Rachel (Olivia Cooke), uma menina do colégio com quem ele nunca falou na vida, apesar deles se conhecerem desde pequenos. A menina acabou de ser diagnosticada com leucemia, e tanto a mãe de Greg como a mãe de Rachel (Molly Shannon) acham que a amizade entre os dois pode ajudá-la no tratamento.

Partindo desse princípio, você logo espera aquele velho clichê dos dois adolescentes se apaixonando e vivendo grandes momentos antes da morte da menina. Porém, o filme faz questão de fugir disso, e esse é justamente o seu grande trunfo. Os dois criam uma amizade muito forte sim, mas sem nenhum tipo de apelação e muito menos aquele romantismo bobo. Eles logo ganham a companhia de Earl e, mesmo com suas personalidades diferentes, os três vão descobrindo cada vez mais afinidades em comum, como por exemplo o gosto por filmes.



O diretor consegue dosar muito bem o humor com o drama, sem se apegar a exageros em nenhum dos dois. As atuações são bem verossímeis, o que ajuda a criar uma empatia muito grande pelos personagens. Bastante elogiado no Festival de Sundance desse ano, o segundo longa-metragem da carreira de Alfonso Gomez-Rejon encanta pela simplicidade e já é, com certeza, um dos filmes mais queridos do ano.

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