domingo, 22 de outubro de 2023

Crítica: Jogos Mortais X (2023)


Lançado em 2004, o primeiro Jogos Mortais rapidamente se tornou um fenômeno, tornando-se um dos principais filmes de terror do século XXI. No entanto, depois de tantas sequências fracassadas, a franquia foi deixada de lado por boa parte do público, que não aguentava mais tanta enrolação desnecessária e sem propósito. Até uma espécie de "spin-off" foi lançada, com Chris Rock no papel principal, e eu confesso que nem me empolguei em assistir. No entanto, Jogos Mortais X chega para definitivamente salvar a franquia e trazer de volta os fãs de anos atrás, ao contar uma história paralela que se passa mais ou menos entre os filmes 2 e 3.


A primeira meia hora do filme apresenta um ritmo cadenciado, e mostra John Kramer (Tobin Bell) lidando com a notícia de que tem um câncer terminal. Ele vai a uma espécie de terapia em conjunto com outros pacientes, e tenta encontrar uma alternativa para enfrentar a doença da melhor maneira possível. Quando um colega de terapia recomenda um tratamento novo aplicado na Cidade do México, Kramer decide viajar até o país vizinho para um último suspiro de esperança. No entanto, ele acaba sendo enganado, e disposto a não deixar barato ele passa a planejar a vingança contra cada um dos envolvidos nessa farsa.

A segunda parte do filme acompanha a busca e a captura de cada um de suas novas vítimas, e quem reaparece para ajudar Kramer é sua antiga parceira Amanda (Shawnee Smith). Diferente de outros filmes onde as vítimas de Kramer eram pessoas que, de alguma forma, faziam mal à sociedade, e ele agia quase como um "coach de aperfeiçoamento pessoal" (há inclusive uma boa piada sobre isso no filme), aqui temos uma narrativa de vingança contra quem agiu diretamente contra ele. Kramer inclusive faz questão de aparecer pessoalmente para quem está nas novas armadilhas.


As armadilhas, inclusive, estão aperfeiçoadas. Se eu achava que já havia visto de tudo na franquia, aqui fui surpreendido novamente. Mas é interessante perceber como elas aparecem em número bem menor do que em outros filmes, já que aqui o foco é outro. Quando aparecem, no entanto, trazem aquele banho de sangue costumeiro e extremamente agoniante. Quase no fim, ainda acontecem várias reviravoltas na trama, algumas que funcionam e outras nem tanto.

Jogos Mortais não é Jogos Mortais sem Tobin Bell, e justamente por saber disto, o diretor coloca ele ativamente em todas as cenas, sempre como personagem central em tudo que está acontecendo. E é impossível não se sentir próximo novamente deste personagem tão ambíguo, e que traz tantos sentimentos controversos. Sua relação com Amanda, no entanto, continua meio obscura, e incomoda um pouco essa idolatria quase cega que ela tem por ele. Mas ao mesmo tempo, é legal revê-la na história. Teoricamente não é um filme que traga nenhuma novidade, mas como é bom voltar um pouco no tempo e ver um Jogos Mortais ganhando destaque novamente com um enredo envolvente.

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