terça-feira, 3 de outubro de 2023

Crítica: Mona Lisa e a Lua de Sangue (2023)


A cineasta Ana Lily Amirpour chamou muita atenção em 2014 quando lançou Garota Sombria Caminha pela Noite, seu longa de estreia que acompanhava uma vampira solitária que andava pelas ruas de uma cidade fictícia do Irã, e que com o passar dos anos foi sendo considerado um dos filmes de terror independente mais impactantes da década. Quase dez anos depois ela traz novamente uma personagem solitária que também vaga pela noite, porém com uma roupagem completamente diferente, em mais uma história original que já nasce fadada a também se tornar um jovem clássico do gênero.

 

Mona Lisa e a Lua de Sangue (Mona Lisa and the Blood Moon) gira em torno de Mona Lisa Lee (Jeon Jong-seo), uma garota com poderes paranormais que consegue fugir de uma instituição psiquiátrica onde estava internada há mais de dez anos. Neste período encarcerada, ela sofreu inúmeros abusos físicos por parte dos funcionários da instituição, e que acabou criando não somente um trauma irremediável como também perdeu completamente o discernimento. Vagando pelas ruas de New Orleans, ela vai criando relações no mínimo curiosas pelo caminho.

Completamente sem noção de como agir em situações normais do ser humano, e principalmente desconhecendo conceitos básicos de certo e errado, Mona Lisa vai agindo do jeito que pode para se manter livre, inclusive ferindo quem tentar se meter em seu caminho, como a própria polícia. Tudo isso até ser acolhida pela stripper Bonnie (Kate Hudson) em sua casa, que tem um filho pequeno rebelde e inquieto, Charlie (Evan Whitten), que logo faz uma amizade incomum com a garota, por ambos sentirem que possuem em comum o fato de serem "descolados" da realidade. Nesta relação "familiar", Mona Lisa vai finalmente aprender um pouco de como nós humanos agimos e pensamos, e por ter o poder psíquico de manipular qualquer pessoa a fazer o que ela quer, acaba sendo usada por Bonnie para cometer delitos e ganhar dinheiro com isso.


Se no filme de 2014 a diretora usou o preto e branco, aqui ela usa e abusa da fotografia em Neon, usando muitas cores vivas, tanto nos cenários como nos figurinos. A trilha sonora também é bem marcante, e a atuação da Jeon Jong-seo é hipnotizante (perdão pelo trocadilho). Gostei muito do tom cômico do filme, principalmente nas cenas em que a protagonista usa seus poderes e as situações engraçadas que isso acarreta. Leve e divertido, Mona Lisa e a Lua de Sangue me surpreendeu bastante, pois confesso que eu não esperava nada dele antes de apertar o play.

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