quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Crítica: Jobs (2013)


Desde que foi anunciado, Jobs (Jobs) chamou a atenção por trazer para as telas a vida e a personalidade difícil do empresário e dono de uma das empresas mais rentáveis de todos os tempos, a Apple Computer. Para muitos, Jobs era um verdadeiro gênio, enquanto para outros, uma espécie de besta do apocalipse. Fato é que ele era um visionário, que na longínqua década de 70 já previa que o futuro era mesmo virtual.


Nos anos 70, Jobs largou a faculdade e vivia quase como um hippie, fumando maconha com o amigo Steve Wozniak (Josh Gad) enquanto trabalhava na empresa Atari como programador. Apesar da aparente falta de responsabilidade, Jobs tinha ambições na vida, e foi por conta disso que ele reuniu um grupo na garagem de casa para ajudá-lo na construção de um projeto. O projeto? Uma plataforma que futuramente viria a se tornar o primeiro computador pessoal da história.

A empresa, nomeada como Apple, cresceu com a concretização do projeto, ao mesmo tempo em que cresce também o espírito ganancioso de Jobs. Ele se considerava um gênio, um intocável, e que todos seus funcionários estavam ali apenas para apoiá-lo. O diretor Joshua Michael Stern não poupa na hora de mostrar esse lado "negro" de Jobs, e talvez essa tenha sido sua principal dificuldade. Afinal, como fazer o espectador que não o conhece fora das telas criar empatia por um biografado tão antipático?


Essa sua personalidade conflituosa com o tempo acaba causando desgastes, o que culmina na sua exclusão da empresa. Fora da Apple, Jobs cria a Next, onde usa ideias da ex-empresa para conseguir se manter no negócio. O filme encerra então com Jobs voltando à Apple anos depois, onde recomeça suas atividades que viriam torná-lo um dos grandes nomes do século.

Apesar de alguns pontos positivos, não dá para negar que o longa ficou muito frio na questão emocional. O enredo não se aprofunda na vida do empresário, mostrando muito pouco da sua relação fora do trabalho, principalmente com a família. Mais do que isso, muitas cenas parecem ser apenas pinceladas, e de uma hora para outra acompanhamos uma passagem de tempo enorme sem um mínimo de explicação.


Apesar de ter sido elogiado por alguns críticos, a atuação de Ashton Kutcher como Jobs não é lá das mais convincentes. Sua semelhança física, seus trejeitos e seu figurino até ajudam, mas parece faltar alguma coisa. Também não dá para negar que o roteiro deixou muita coisa de fora, como por exemplo, a criação do estúdio de animação Píxar ou sua relação com o dono da Microsoft, Bill Gates.

Por fim, para um filme independente e de baixíssimo orçamento Jobs até que cumpre o que promete, mas deixa aquele sentimento de que poderia ter ido mais além. Muito mais, aliás. Em tempo, a Sony já está com um projeto maior, de grande orçamento, para trazer a história de Jobs novamente para as telas em 2016. Resta esperar.


Um comentário: