domingo, 15 de setembro de 2013

Recomendação de Filme #34

C.R.A.Z.Y - Loucos de Amor (Jean-Marc Vallée) - 2005

Há tempos que a homossexualidade deixou de ser um tabu no cinema. Inúmeros filmes já trouxeram o tema à tona, a maioria como instrumento de protesto contra o preconceito ou até mesmo como forma de defesa aos direitos dos homossexuais. Poucos porém, de forma tão sensível e marcante como visto em C.R.A.Z.Y - Loucos de Amor (C.R.A.Z.Y), filme canadense do diretor Jean-Marc Vallée.

Na trama, acompanhamos a vida do jovem Zac (Marc-André Grondin), o quarto de uma família de cinco filhos homens. Nascido em plena noite de natal, Zac sempre odiou o dia do seu aniversário por ter de passar na missa do galo, já que a família sempre possuiu a religião como base de tudo. Como forma de protesto, assim que cresceu ele passou a se denominar ateu. 

Boa parte do filme acompanha, de forma delicada e até mesmo lírica, essa fase da sua vida. Porém, as coisas começam a esquentar mesmo quando ele chega na adolescência. Além das brigas com o pai e com Ray, um dos irmãos, ele passa a ter cada vez mais dúvidas sobre sua sexualidade.

Apesar da descoberta de que sua orientação sexual é "diferente", ele tenta negar isso até para si mesmo, por conta do medo de decepcionar a família. Com o desejo de agradar o pai rígido e conservador a qualquer custo, Zac vive reprimido, lutando para assim mesmo definir sua própria identidade, numa juventude que vivia os ares de uma revolução cultural e de uma liberdade sexual.

Vocês devem estar se perguntando o porque desse nome. Nada mais é do que a inicial dos nomes dos cinco irmãos, na ordem de idade (Cristian, Raymond, Antoine, Zac e Yvan). Além disso, a canção de Patsy Cline "Crazy" é a preferida do pai da família. Aliás, vale destacar que a música tem um grande valor na obra. Prova disso, é que a maior parte do seu orçamento foi justamente para pagar os direitos autorais de músicas consagradas, como Pink Floyd, Rolling Stones e David Bowie. Bowie, inclusive, é a grande inspiração de vida de Zac, que busca na sua música um momento de prazer e um escape para os problemas.

Por fim, C.R.A.Z.Y. é um brilhante filme, que consegue aliar momentos de comédia com drama de forma impecável. Mais do que isso, a fotografia imposta pelo diretor é um caso a parte, e enche nossos olhos ao assistir. Uma obra tocante que vale muito a pena assistir.

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