sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Crítica: Kauwboy (2012)



Eleito o melhor filme no festival de Berlim do ano passado, Kauwboy (Kauwboy), do holandês Boudewijn Koole, é um dos filmes mais singelos e tocantes que já tive a oportunidade de assistir, provando que por mais simples que seja uma ideia, nas mãos de alguém que saiba utilizá-la com destreza ela acaba virando algo grandioso. 


Jojo (Rick Lens) é um menino de 10 anos, que mora sozinho com o pai em uma casa isolada do interior. Saindo de casa apenas para ir ao treino de pólo aquático, a única preocupação da sua vida é enfrentar a mudança de humor do seu pai, além de ter que lidar com a saudade da mãe ausente (onde ela está, descobrimos apenas no final).

Em uma das suas andanças pelos campos ao redor de casa ele encontra um filhote de pássaro, mais precisamente de uma gralha. O menino até tenta devolver o filhote ao ninho, mas não consegue, e por conta disso decide levar o animal para casa. Porém, ele tem de esconder de seu pai, que é extremamente contra a entrada de animais.


O que parece uma estória super simples (e de fato é), ganha ares dramáticos quando acompanhamos de perto o relacionamento do menino com o pássaro. É impossível não se emocionar com a evolução do animal, mostrando desde o início quando chegou e se encostou no rádio para ouvir uma música, até o momento em que voou pela primeira vez.

Porém, apesar de a amizade entre o garoto e o pássaro ser o mote principal da estória, o filme vai muito além disso. O diretor Boudewijn Koole não economiza na hora de emocionar os espectadores, contando a estória de um jeito único, com muita sensibilidade. A relação de pai e filho, e a descoberta da puberdade, são apenas alguns dos pontos mostrados ao longo do enredo, que mostra como poucos a transformação que ocorre nos personagens.


Rick Lens, o garoto, tem uma das atuações mirins mais impressionantes da história do cinema. Poucas crianças conseguiriam fazer um personagem tão complexo de forma tão magistral. Chega a ser emocionante assistí-lo em cena, e os parabéns vai para quem o descobriu. Por fim, Kauwboy é um filme belo, tranquilo, sensível e emocionante na medida certa. Feito para adoçar a alma, feito para se apaixonar.


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